A conotação espiritual é algo que há tempos vem permeando o trabalho do designer Rick Owens. Em sua coleção masculina, que você pode conferir aqui no Post "Semana de Moda Masculina de Paris", Owens já havia feito sua peregrinação pelo universo monástico com túnicas quase sacerdotais. As vestes que o designer pôs na passarela desta vez tinham algo que remetia a castidade. Não eram virginais, como se podia esperar, tinham mais a ver com clausura, com recolhimento, com abnegação. Os looks quase sempre em preto, branco e tijolo vieram fechados até o pescoço. O corte edge dos tops e vestes com seus ombros emoldurados, foi um recurso bem explorado pelo designer. Um conceito que caiu como uma luva pelo caminho que o designer enveredou.
No fim, sutilmente, algumas geometrias surgiram com um leve ar dèco.
O punk-couture da Balmain das últimas coleções, mergulhou no universo das touradas e foi parar em Las Vegas(!)
Com essas referências o jovem designer Olivier Rousteing, de 25 anos, que assumiu a maison após o afastamento repentino do diretor criativo Christophe Decarnin, manteve a familiar silhueta fitted da Balmain em calças, vestidos bandage e nas jaquetas quadradonas de ombros estruturados. Dessa vez os looks tinham alguma coisa dos trajes dos toureiros, com elaborados bordados em dourado e por vezes franjas nos braços. O glamour opulento de Las Vegas, apareceu nas sedas bordadas e na profusão de dourados em cintos e acessórios.
Com seu olhar inquietante, Nicolas Ghesquière, vem a tempos brincando com os jogos de proporções e volumes tão característicos de seu mestre Cristobal Balenciaga.Numa tentativa de unir os elementos clássicos do guarda-roupa urbano com as formas quase suspensas de Balenciaga, Nicolas tem dado um tratamento haute para o streetwear. As jaquetas estruturadas de formas rígidas se contrapunham aos mini shorts de cintura alta e pregueado na frente para um melhor caimento. As calças mais curtas receberam o mesmo tratamento, e há quem diga que serão as peças mais desejadas da temporada.Até as camisetas brancas tem tratamento haute, com corte assimétrico numa espécie de tecido de espuma. As sandálias sobem pelos calcanhares e as bolsas lembravam as do último inverno da Prada.Os vestidos longos que Nicolas propõe, por fim, surgem num patchwork de tecidos recortados com saia ampla e barra bem larga.
O estilista belga, Dries Van Noten, anunciou para esta temporada, um caminho um pouco diferente do que ele tem traçado. Com shape mais limpo e cartela de cores concisa, Dries seguiu pelo caminho das padronizações e prints.Paisagens botânicas do século 17, que lembravam em muito as da pré primavera-verão de Pedro Lourenço,em vestidos, saias, jaquetas e camisas, marcaram o início do desfile do belga.
Para a segunda etapa, vestidos-saco, babados, laços e ombros estruturados, sugeriam o mestre espanhol Cristobal Balenciaga.
O estilista brasileiro, Pedro Lourenço, voltou ao line up de Paris. Com uma coleção baseada na arquitetura sustentável e na reciclagem, a estrutura das roupas foi surgindo a partir da junção de diferentes materiais.
Juta, lamê, matelassês metalizados, organzas e couro deram forma a calças, jaquetas,coletes, tops e vestidos.
A visão geométrica e vagamente futurista de Pedro, ganhou desta vez uma preocupação ambiental, ainda que seja apenas no objeto de sua inspiração.Aos 21 anos Pedro parece alguém que está pensando na frente. E pelo que tudo indica, seu futuro é promissor.
